Uma das histórias
que eu mais gostava quando era pequena era "A princesa e a ervilha",
pela singeleza e autenticidade com que era contada (recontada) num livrinho
pequeno que meu pai me dera. Eu desprezava o texto em francês que eu não sabia
ler, mas conhecia palavra a palavra, fitava as gravuras quase saltando para
dentro delas, percorrendo os passos da princesa que chegava encharcada ao
palácio do príncipe que queria se casar com uma "verdadeira
princesa".
Esse destaque para
a princesa de "verdade" me angustiava, mas eu sabia que a princesa
era autêntica, porém estava toda molhada e descabelada, sem parecer princesa de
jeito nenhum.
A rainha, então,
teve uma grande ideia: colocou uma ervilha debaixo do último colchão da pilha
que fez para a princesa dormir. Se ela fosse realmente uma princesa, ela
saberia que a ervilha estaria ali. Mas, como?? Na manhã seguinte (e a história
acabava rápido), tudo foi resolvido: ao ser perguntada como havia dormido, a
princesa respondeu que muito mal, pois passara a noite incomodada com algo
debaixo dos colchões. Era a ervilha! Então o príncipe soube que estava diante
de uma princesa de verdade e pôde pedi-la em casamento.
Hans Christian
Andersen conta esta história numa página de livro, mas eu repassei o conto mil
vezes na minha cabeça quando era criança e nunca entendi por que nunca fora
publicada no Brasil. Recentemente, sim, mas eu nunca vi. Perguntei a amigos
editores e eles não a conheciam.
Há uma edição
francesa com imagens lindas que quero comprar para publicar, mas não é a mesma
história, é uma adaptação, mas eu não resisti às imagens... ainda estou na fila
de espera para conseguir os não sei quantos mil euros para comprar a edição,
traduzido por Astrid Cabral (já traduzi o livro, mas ainda não publiquei).
Para ser editor, é
preciso ter muito dinheiro para bancar todos os sonhos e transformá-los em
livros de verdade. Fim da
história.
26/05/2013
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