Os autores se dividem
entre bons e quase bons. Nem tudo corre às mil maravilhas entre autor e editor,
dependendo do que o primeiro espera do segundo. Eu, por exemplo, espero que
seja educado, sempre. Mas o autor, em geral, espera um passe de mágica, que, ao
publicar o livro, ele venda como pipoca. Até poderia vender, se o autor tivesse
trabalhado para isso. O editor só faz o livro. Ele não é assessor de imprensa,
nem tem uma agência de publicidade. Um editor não é um marqueteiro. Para isso,
existem outros profissionais que cobrem essas áreas. Um editor cuida no máximo
da venda dos livros depois de fazê-los. Às vezes, nem isso. Mas autoimagem ele
não pode criar. Nem que o autor seja melhor do que é, nem venda mais do que
vende. Tudo que ele fez está no livro. E o livro se basta por si só. Há autores
gratos, isso há, graças a Deus. E, aos ingratos, eu só reservo uma palavra:
pena. Porque ele não pode ser maior que seu livro. E seu livro sempre será mais
importante do que ele, se ele quiser medir forças com o editor. O editor só faz
editar o livro. Ele não edita o autor.
26/05/2016 - 19h22
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