sábado, 14 de março de 2020

A correção dos erros

Corrijo erros, não autores. Corrijo textos, não escritores. Nunca disse quem errou, mas sou obrigada a emendar o erro, senão serei apontada como ignorante, não o autor, embora não ganhe o mérito pelos erros dele que corrigi. Nem devo. Quem se incomoda com isso veste a carapuça, ou não quer descobrir seus próprios erros. Nunca dei nome aos autores que erram, mas todos acabam errando de A a Z, de 8 a 80 anos. O importante é suprimir o erro e combater quem não o corrige, porém não aponto quem errou. E se, mesmo assim, prefere que eu não corrija, me poupará dos seus erros. Mas ninguém sabe quem errou, apenas se espelharam nos erros que apontei. Melhor ignorar e fazer de conta que escrevem bem. Os erros se espalham e vivemos a ditadura da ignorância, onde quem sabe se cala e consente. Prefiro ficar longe de quem não gosta de admitir que errou. E não gosta de ver seus erros apontados, mesmo anonimamente. Jamais apontei os erros de alguém, mas denunciei os erros que muitos cometem quando não deveriam cometer, se querem ser chamados de autor. Já vi semianalfabetos escreverem errado, mas os alfabetizados erram como se não soubessem escrever. Minha mãe me obrigava a falar e escrever certo. É inaceitável que escritores errem ortografia por lapso de atenção. É como ver um médico não saber usar um bisturi, ou um motorista não saber trocar a marcha. Gramática é instrumento. 

14/03/2016 - 14/03/2020