quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Uma pesquisa puxa a outra

Ao encontrar uma referência à cidade de Limoges, na França, num conto de um livro em revisão, a autora escreveu sem o S final, que minha memória dizia que havia, então resolvi checar. Incrível como uma simples revisão pode dar início a uma pesquisa muito mais extensa, mesmo sem querer.

A cidade de Limoges, no coração da França, tem menos de 250 mil habitantes e é famosa por suas porcelanas e esmaltes sobre cobre, além de seus barris para armazenar conhaque. 
E qual não foi minha surpresa ao descobrir que Renoir nasceu ali em 1841 (ano da coroação de D. Pedro II) entre outros homens célebres, sendo um deles presidente da França, Sadi Carnot, assassinado em Lyon, por Caserio, um anarquista italiano em 1894, que no mesmo ano foi guilhotinado, tendo assumindo integralmente seu ato em nome de suas ideias. 

Nunca imaginaria que uma pesquisa sobre a grafia de Limoges me levaria tão longe, nem a Renoir, nem a Sante Geronimo Caserio, nascido na cidade de Motta Visconti. 
Depois de recusar o padre confessor de sua cidade natal, escreveu um bilhete à mãe dizendo ser o mesmo menino que sempre a amou, antes da execução.

Por vezes uma pequena pesquisa (não mais que dez minutos) alargam imensamente o conhecimento de pequenos fatos obscuros que ficam em nossa mente. Nunca devemos manter uma dúvida, principalmente se estamos trabalhando num texto.

Vejo muitas vezes pessoas escreverem errado por não checarem o que escreveram. É o famoso "chutômetro". Uma palavra de outra língua sempre tem que ser checada, mesmo que tenhamos "certeza". A autora negligenciou esse ponto, mas me deu a chance de descobrir não só uma, mas várias coisas que eu desconhecia. 

Caserio foi cantado por vários poetas da época que defendiam o valor de suas ideias contra a opressão. Ele usou uma adaga em estilo bérbere, cujo cabo tinha as cores dos anarquistas, preto e vermelho.


Rio, 25 de dezembro de 2012 - 15h30

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