quinta-feira, 26 de maio de 2016

A princesa e a ervilha

Uma das histórias que eu mais gostava quando era pequena era "A princesa e a ervilha", pela singeleza e autenticidade com que era contada (recontada) num livrinho pequeno que meu pai me dera. Eu desprezava o texto em francês que eu não sabia ler, mas conhecia palavra a palavra, fitava as gravuras quase saltando para dentro delas, percorrendo os passos da princesa que chegava encharcada ao palácio do príncipe que queria se casar com uma "verdadeira princesa".

Esse destaque para a princesa de "verdade" me angustiava, mas eu sabia que a princesa era autêntica, porém estava toda molhada e descabelada, sem parecer princesa de jeito nenhum.

A rainha, então, teve uma grande ideia: colocou uma ervilha debaixo do último colchão da pilha que fez para a princesa dormir. Se ela fosse realmente uma princesa, ela saberia que a ervilha estaria ali. Mas, como?? Na manhã seguinte (e a história acabava rápido), tudo foi resolvido: ao ser perguntada como havia dormido, a princesa respondeu que muito mal, pois passara a noite incomodada com algo debaixo dos colchões. Era a ervilha! Então o príncipe soube que estava diante de uma princesa de verdade e pôde pedi-la em casamento.

Hans Christian Andersen conta esta história numa página de livro, mas eu repassei o conto mil vezes na minha cabeça quando era criança e nunca entendi por que nunca fora publicada no Brasil. Recentemente, sim, mas eu nunca vi. Perguntei a amigos editores e eles não a conheciam.

Há uma edição francesa com imagens lindas que quero comprar para publicar, mas não é a mesma história, é uma adaptação, mas eu não resisti às imagens... ainda estou na fila de espera para conseguir os não sei quantos mil euros para comprar a edição, traduzido por Astrid Cabral (já traduzi o livro, mas ainda não publiquei).

Para ser editor, é preciso ter muito dinheiro para bancar todos os sonhos e transformá-los em livros de verdade. Fim da história.


26/05/2013


Nenhum comentário:

Postar um comentário