Em 1978, eu me tornei editora do Jornal Análise do DCE da Universidade Mackenzie por WO, porque todos que faziam parte da redação até o ano anterior se formaram e saíram, então, como só fiquei eu, que em 77 era caloura, assumi interina e definitivamente a editoria, passando a publicar poemas e matérias pertinentes ao campus. E ali fiquei até 1980, quando fundei o Grupo Poeco-Só Poesia, reunindo os poetas mackenzistas e fazendo o Concurso Mackenzie de Poesia, de âmbito nacional, entre outras atividades literárias. Assim estou comemorando 40 anos que me tornei editora por vontade própria e mal sabia eu que era minha vocação, que depois se tornaria minha profissão. Já perdi a conta de quantos livros fiz no Poeco, para mim e para os outros, e durante a longa carreira de editora e livreira (já tive duas livrarias, uma em SP e outra no RJ), que se sedimentou depois que voltei para o Rio em 1999. Em agosto de 2000, lancei Poesia profana de Ricardo Ruiz, que pensei que seria o único livro da Ibis Libris, mas não foi. Coordenei o Ponte de Versos por 15 anos, lancei 4 antologias do movimento poético do Rio e a editora já tem mais de 400 títulos publicados. Tudo porque resolvi ajudar um amigo a publicar seu primeiro livro de poesia. Eu já fazia os meus, mas isso não queria dizer que eu fosse aceitar a empreitada como trabalho contínuo. Só que publicar é muito mais do que fazer livros. É mudar de atitude, é mudar a vida de pessoas, é alterar para sempre a face da terra com mais um livro (quem pensa que não, lembre-se de livros como "O Príncipe" ou "A Divina Comédia" escritos por exilados e renegados em sua terra). Publicar livros muda para sempre o status quo. Não só pelo esforço de fazê-lo, mas por todas as consequências por causa de sua existência. Comemoro feliz esses 40 anos, porque algo que comecei naturalmente tornou-se minha identidade, e que descobri que faço melhor do que qualquer outra coisa.
10/03/2018 - 12h20
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