sábado, 10 de março de 2018

Editora há 40 anos

Em 1978, eu me tornei editora do Jornal Análise do DCE da Universidade Mackenzie por WO, porque todos que faziam parte da redação até o ano anterior se formaram e saíram, então, como só fiquei eu, que em 77 era caloura, assumi interina e definitivamente a editoria, passando a publicar poemas e matérias pertinentes ao campus. E ali fiquei até 1980, quando fundei o Grupo Poeco-Só Poesia, reunindo os poetas mackenzistas e fazendo o Concurso Mackenzie de Poesia, de âmbito nacional, entre outras atividades literárias. Assim estou comemorando 40 anos que me tornei editora por vontade própria e mal sabia eu que era minha vocação, que depois se tornaria minha profissão. Já perdi a conta de quantos livros fiz no Poeco, para mim e para os outros, e durante a longa carreira de editora e livreira (já tive duas livrarias, uma em SP e outra no RJ), que se sedimentou depois que voltei para o Rio em 1999. Em agosto de 2000, lancei Poesia profana de Ricardo Ruiz, que pensei que seria o único livro da Ibis Libris, mas não foi. Coordenei o Ponte de Versos por 15 anos, lancei 4 antologias do movimento poético do Rio e a editora já tem mais de 400 títulos publicados. Tudo porque resolvi ajudar um amigo a publicar seu primeiro livro de poesia. Eu já fazia os meus, mas isso não queria dizer que eu fosse aceitar a empreitada como trabalho contínuo. Só que publicar é muito mais do que fazer livros. É mudar de atitude, é mudar a vida de pessoas, é alterar para sempre a face da terra com mais um livro (quem pensa que não, lembre-se de livros como "O Príncipe" ou "A Divina Comédia" escritos por exilados e renegados em sua terra). Publicar livros muda para sempre o status quo. Não só pelo esforço de fazê-lo, mas por todas as consequências por causa de sua existência. Comemoro feliz esses 40 anos, porque algo que comecei naturalmente tornou-se minha identidade, e que descobri que faço melhor do que qualquer outra coisa.

10/03/2018 - 12h20


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