domingo, 20 de setembro de 2009

Publicar ou não publicar

A vontade de publicar seus versos e suas memórias nasce com o homem. A certa altura da vida, ele tem necessidade de deixar um legado para aqueles que virão. Desde o tempo das cavernas, os homens contam suas histórias, deixam seus rastros e inscrições, inventaram as letras para inscrevê-las, e a narrativa toma forma para atravessar o tempo em papiros, em pedras, pergaminhos, iluminuras e páginas impressas de um livro.
A satisfação de deixar o legado escrito é insuperável, como deixar filhos, edifícios e obras de arte. O músico também quer deixar um livro, um pintor, um escultor, idem.
Publicar-se, a palavra já diz, é tornar-se público, difundir-se, abrir os flancos para o conhecimento dos outros. E o que se torna público, pode ser perpetuado, na memória e em outros livros.
Safo, apesar de ter tido sua obra destruída, permaneceu em fragmentos e citações de outros autores, que reverenciavam seus poemas.
A palavra, mesmo mínima, repercute por todo o tempo, enquanto for pronunciada.
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2009 - 11h49

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